sexta-feira, 5 de maio de 2017

Desfazendo mitos acerca do batismo

Engana-se quem atribui excessiva importância ao ato do batismo. O batismo é mandamento (Mateus 28:19, Marcos 16:16 etc.), mas não é condição necessária (obrigatória) para a salvação. Se fosse, o ladrão na cruz, por exemplo, não teria sido salvo (Lucas 23:43). Ele nada mais é do que uma confissão pública de arrependimento dos pecados que uma pessoa faz mediante a sua conversão ao Evangelho. Há pessoas que morreram sem serem batizadas que foram muito mais cristãs do que muitos que passaram toda sua vida dentro de uma igreja. E Deus é justo.


Jesus disse que quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado (Marcos 16:16). Obviamente, estes últimos não tem como se salvar, pois quem não crê em Deus também não pode crer na salvação da sua alma criada pelo mesmo Deus. Quanto aos que creram, todavia, boa coisa é que sejam batizados, entretanto, se por alguma razão isto não acontecer, tal fato em nada prejudica a salvação deles. Essa supervalorização da cerimônia de batismo pode ter relação com o denominacionalismo: quem se batiza passa a contar como membro da denominação; já quem, mesmo convertido, ainda não foi batizado não. Daí o apelo ao rito em questão.

Batismo é coisa para gente que possui consciência do Evangelho, que compreende perfeitamente o que está fazendo. Batismo de crianças, pessoas imaturas ou levadas pela emoção são de todo inválidos, como se nunca tivessem acontecido, até que o Evangelho penetre nelas e faça parte do seu ser. Quem se batizou pelo calor do momento ou por pressão dos outros e depois se desviou, na verdade se desviou da denominação, mas nunca sequer chegou a se desviar da fé, pois tal indivíduo nada fez diante de Deus senão tomar um banho assistido por uma plateia.

Cada um de nós já nasceu com um "cheque em branco" assinado por Deus chamado salvação. Recebe este cheque todo aquele que reconhece a Cristo como seu único e suficiente salvador. Neste momento, o cheque em branco dado por Deus cobre toda a multidão de pecados que tenham sido cometidos, por mais "bilionária" que seja a conta a ser paga, pois onde abundou o pecado superabundou a Graça de Deus (Romanos 5:20). Apenas neste momento é que pode entrar em cena o batismo, justamente como uma demonstração externa de um evento interno que já aconteceu: o arrependimento pelos pecados praticados.

Porém, não se pode deduzir daí que este pagamento só serve para os pecados anteriores, ou seja, que depois do batismo Deus não perdoa mais os pecados que cometemos. Este é um grave erro de interpretação, pois o batismo é apenas uma alusão simbólica ao perdão recebido, não tendo nada a ver com a salvação propriamente dita. Esta veio por intermédio da Graça, isto é, do sacrifício de Jesus por nós, morrendo em nosso lugar. Portanto, há salvação para aqueles que depois de batizados pecam, pois a salvação está e sempre esteve disponível para eles, desde que se arrependam genuinamente.

Em suma, precisamos entender que as águas do batismo não são "milagrosas": elas não perdoam os pecados, o que perdoa pecados é o sangue de Jesus derramado por nós. E também não estamos falando daquele sangue biológico, derramado naquela cruz física, há mais de 2000 anos atrás (caso alguém tivesse conseguido pegar uma amostra dele), e sim do sangue do Concerto Eterno, derramado pelo Cordeiro de Deus antes mesmo da fundação do mundo. Este Cordeiro, sacrificado antes do primeiro ser humano nascer e, portanto, antes do mundo vir a existir para qualquer um de nós, é que nos dá o cheque em branco do qual falávamos, e não o batismo.